quarta-feira, 30 de novembro de 2011

The Sword



É uma banda de Heavy metal de Austin, Texas. Desde o seu início a banda foi composta pelo vocalista e guitarrista John D. Cronise, guitarrista Kyle Shutt e o baixista Bryan Richie, e atualmente em turnê inclui baterista Fender Kevin após a saída de Trivett Wingo, em novembro de 2010. Assinou contrato com a nova-iorquina selo independente Kemado Records, o grupo lançou o álbum de estréia de Winters em 2006, que foi em grande parte escrito por Cronise antes da formação da banda.

 
Formada em 2003 por "J.D. Cronise". Seu primeiro álbum, Age Of Winters, foi lançado em 2006 pela Kemado Records. Eles também contribuíram com a faixa "Under the Boughs" para a compilação Invader, lançado pela gravadora da banda. Suas letras tratam da mitologia nórdica, comum entre o gênero do heavy metal.

Fotos: Reprodução

terça-feira, 29 de novembro de 2011

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

UFO



É uma banda de rock formada em 1969, com Phil Mogg (vocal), Pete Way (baixo), Andy Parker (bateria) e Mick Bolton (guitarra). Junto com Black Sabbath, Led Zeppelin e Deep Purple é considerada uma das primeiras bandas de heavy metal e hard rock da história. Primeiramente nomeada Hocus Pocus, o grupo teve seu nome mudado para UFO logo depois. Com essa formação lançaram dois álbuns que levaram o nome de "UFO 1" e "Flying". Apesar desses álbuns não terem obtido um grande sucesso comercial, alguns fãs consideram essa a melhor fase da banda.

 
Em 1974, quando já faziam um relativo sucesso na Alemanha e no Japão, Bolton deixou a banda, dando lugar a Larry "Wallis" Wallace ( 1º guitarrista do Motörhead ), depois a Bernie Marsden, que viria a tocar com o Whitesnake e logo depois deu lugar, finalmente, ao excelente Michael Schenker, que é irmão do também guitarrista Rudolf Schenker, ambos são membros fundadores da banda alemã Scorpions.

Com Michael na banda, aconteceu algo bastante incomum, pois Phil foi o fundador e frontman da banda, mas era Michael quem chamava todas as atenções. Mesmo assim, a banda tocou e obteve contatos até que conseguiu um contrato com a Chrysalis, onde gravaram o excelente álbum "Phenomenon", com os clássicos "Doctor, Doctor" (que chegaria a ser coverizada por Iron Maiden e Scorpions) e "Rock Bottom".

Em 1976 a banda acrescentou à sua formação o tecladista Danny Peyronel, que depois daria lugar a Paul Raymond. Os excelentes álbuns "Lights Out" e "Strangers In The Night" viriam, então, a firmar definitivamente o UFO na historia do hard rock.

 
Em 1978 Michael saiu da banda, voltando ao Scorpions onde gravou somente três faixas no álbum "Lovedrive" e depois formando o Michael Schenker Group. Paul Raymond foi acompanhar Michael em 1980 e para seu lugar no UFO foi chamado Neil Carter. Nessa época Pete Way formou o bom Fastway, que teve Fast Eddie Clarke (ex-Motörhead) na formação. Para o lugar de Pete foi chamado o ex-The Damned, Paul Gray.

Em 1983 foi anunciado o fim da banda, que ressurgiria dois anos mais tarde com Phil Mogg, Raymond, Gray e os novos integrantes Jim Simpson e Tommy M. Com essa formação gravaram o álbum "Misdemeanor", que apesar de ser um bom álbum, não foi um sucesso de vendas. E mais uma vez o fim da banda é anunciado.

Em 1991, um novo ressurgimento, com apenas Mogg e Way da formação clássica, acompanhados pelo baterista Clive Edwards e pelo guitarrista Lawrence Archer. A banda lançou, então, o álbum "High Stakes And Dangerous Men", com algumas referências ao estilo dos álbuns "Phenomenon" e "Lights Out".
 
Em meados da década de 90, Michael voltou à banda, mas permaneceu por pouco tempo, voltando a seus projetos solo. A volta não passou de uma tentativa de levantar dinheiro. O grupo chegou a se apresentar novamente com Mogg, Way, Raymond, Wright e Jeff Kollman no lugar de Michael. Jeff havia tocado baixo no Michael Schenker Group. Em 95, Michael Schenker voltaria novamente, gravando o disco "Walk on Water" e dividindo seu tempo entre o UFO, Michael Schenker Group e outros trabalhos solo.

Em 1999 foi lançado um tributo ao UFO no Japão, com bandas como Scorpions, Bruce Dickinson, Megadeth, Metallica, DIO, Anthrax, Anvil, entre outras.

 
Fotos: Reprodução

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Deep Purple



É uma banda de rock inglesa formada em Hertford, Hertfordshire. Em 1967, Chris Curtis, ex-baterista do The Searchers, teve a idéia exótica de reunir vários músicos muito talentosos num grupo chamado Roundabout (carrossel). Eles se revezariam em torno do baterista, como num carrossel. Depois que a idéia foi comprada pelo produtor Tony Edwards, o primeiro músico a topar a idéia foi o tecladista Jon Lord, colega de Curtis nos The Flowerpot Men, onde também tocava o baixista Nick Simper.

Era o final dos anos 60, e Curtis estava metido até o pescoço no espírito da época. Certa vez, Lord entrou no apartamento e encontrou as paredes cobertas de papel alumínio. Seu colega havia redecorado a casa pra mudar o astral. Liga, desliga, cai na estrada: Curtis desapareceu. O grupo achou um guitarrista - Ritchie Blackmore, conhecia um baterista - Ian Paice - que trouxe um colega da The Maze - o vocalista Rod Evans. Com a saída de Curtis, acabou a idéia do rodízio e a banda precisava trocar de nome. Em fevereiro de 1968, depois de queimar pestana em uma lista de nomes que incluía o pomposo Orpheus, acabou vencendo o título da música favorita da avó de Blackmore: Deep Purple.


O primeiro disco, Shades of Deep Purple, foi lançado em setembro de 1968. Recheado de regravações (incluindo versões progressivas de Help, dos Beatles, e Hey Joe, de Jimi Hendrix), o disco estourou nas paradas de sucesso dos EUA com uma música de Joe South: Hush, o primeiro single da banda. Em dezembro daquele ano, quando o segundo disco (The Book of Taliesyn) já havia sido lançado, eles fizeram sua primeira turnê na América, acompanhando o Cream. Nessa turnê, além de visitar a mansão de Hugh Hefner, criador da revista Playboy, o grupo também descobriu que outro motivo de seu sucesso no Novo Mundo vinha do nome da banda - o mesmo de uma droga então muito popular na Califórnia. O segundo disco também trazia regravações, como River Deep, Mountain High (sucesso na voz de Tina Turner), We Can Work it Out (Beatles) e Kentucky Woman (Neil Diamond). A composição Wring That Neck (chamada de Hard Road nos Estados Unidos, pela violência do nome) sobreviveu, no setlist do grupo, à extinção da primeira formação no ano seguinte. Foi o veículo de algumas das mais inspiradas trocas de solos entre Blackmore e Lord.


Em 1969, Blackmore e Lord estavam descontentes com a sonoridade do grupo. Ambos queriam experimentar mais com volume e eletricidade, mas consideravam que a voz de Evans não acompanharia as mudanças. O terceiro disco do grupo, chamado Deep Purple, reflete a tensão de uma banda que tinha os pés no rock inglês dos anos 60 e a cabeça em algo que ainda estava por ser criado. Sob convite do baterista Mick Underwood, em 24 de junho, Blackmore e Lord foram conferir uma apresentação do grupo Episode Six, de cujo vocalista (Ian Gillan) o ex-colega de Blackmore havia falado muito bem. Os dois membros do Deep Purple chegaram a subir ao palco para uma jam. Começou aí o mês mais tenso e criativamente decisivo em toda a carreira do Deep Purple.

Blackmore, Lord e Paice combinaram um teste com Ian Gillan. Ele levou seu amigo Roger Glover, baixista também do Episode Six. Juntos, os cinco gravaram o single Hallellujah, no dia 7 de junho. Aprovados os dois, o Deep Purple passou a ter vida dupla. Durante o dia, a segunda formação (Fase II) ensaiava no Hanwell Community Centre; à noite, a primeira (Fase I) continuava se apresentando como se nada estivesse ocorrendo. Evans e Simper não sabiam o que estava por acontecer até a véspera da estréia da Fase II nos palcos, em 10 de julho. A situação era tão maluca que, em 10 de junho de 1969, Episode Six e Deep Purple se apresentaram em bailes de Cambridge. O Deep Purple fez 11 apresentações entre a escolha dos novos membros e a estréia da nova fase; o Episode Six, oito. Mas Gillan e Glover ainda fizeram outros quatro shows para cumprir contrato com o E6 até o dia 26 de julho, intercalando com os três primeiros shows da Fase II.


Os projetos que já vinham ocorrendo, porém, continuaram. O terceiro disco tinha acabado de ser lançado na Inglaterra quando a nova formação, com sua proposta sonora mais ousada, estreou. Jon Lord também estava finalizando seu Concerto for Group & Orchestra, que seria apresentado no Royal Albert Hall, com a Royal Philharmonic Orchestra, no dia 24 de setembro. Nesse dia, além de mostrarem o novo tipo de composição idealizado por Lord (unindo as linguagens da música erudita e do rock), os ingleses de todas as classes sociais conheceram Child in Time, composta ainda em Hanwell. A composição mostra tudo o que a nova formação trazia de novo em relação à anterior: mudanças de ritmo, solos poderosos, gritos de banshee. O novo Deep Purple era elétrico e explosivo, e isso ficaria muito claro no primeiro disco da nova formação - In Rock, lançado em abril de 1970. Os ingleses puderam conhecer faixa por faixa do novo disco via BBC durante os vários meses que levaram ao lançamento. Conheceram inclusive faixas inéditas, como Jam Stew, e uma versão primitiva de Speed King chamada Kneel and Pray, com uma letra completamente diferente e muito mais maliciosa do que a conhecida e cantada até hoje.


O segundo disco da Fase II foi Fireball, que mantém a eletricidade mas envereda por um caminho mais experimental. Até um country (“Anyone’s Daughter”) o disco inclui, ao lado de longos instrumentais como os de “Fools” e rocks mais próximos dos que havia no disco anterior, como “Strange Kind of Woman”. Os shows da turnê de 1971, disponíveis apenas em gravações piratas, mostram uma banda mais madura e mais ousada. É nessa turnê que Ian Gillan começa a fazer duelos de sua voz com a guitarra de Blackmore, por exemplo.


O passo seguinte na experimentação do Deep Purple seria gravar um disco de estúdio feito nas mesmas condições de uma apresentação ao vivo. Todos juntos, num mesmo ambiente, criando e gravando juntos como nas longas jams instrumentais que eles faziam no palco. Eles já tinham algumas músicas quase prontas: “Highway Star” começou a ser criada dentro de um ônibus, quando um jornalista perguntou como eles criavam suas músicas. Blackmore disse: “assim”, e começou a tocar um riff agitado.
Gillan entrou na farra e começou a improvisar uma letra: “We’re on the road, we’re on the road, we’re a rock’n’roll ba-and!”. Em setembro, a primeira versão do que seria Highway Star já estava começando a ser experimentada no palco e no programa de TV alemão Beat Club. É dessa apresentação que vem o clipe de Highway Star em que Blackmore usa um chapéu de bruxo e Gillan balbucia palavras sobre Mickey Mouse e Steve McQuinn. “Lazy” é outra canção que começou a ser testada no palco antes de ir para o estúdio.

Em dezembro de 1971, eles haviam achado o local certo para criar e gravar esse disco: Montreux, na Suíça, onde até hoje ocorre um famoso festival de jazz. O melhor lugar para gravar seria o grande cassino da cidade, onde tradicionalmente havia apresentações musicais. O cassino ainda não estava liberado para o Deep Purple quando eles chegaram - faltava uma última apresentação, de Frank Zappa, para encerrar a temporada. O grupo, então, foi assistir ao show. Zappa sempre foi um inovador do rock, e naquela apresentação em especial ele usava um sintetizador de última geração. No meio do show, alguém põe fogo no cassino. A música pára. Zappa grita: “FOGO! Arthur Brown, em pessoa!” e orienta os presentes a deixar o cassino calmamente. Em entrevistas, Roger Glover conta que todos realmente estavam calmos - o suficiente para que ele próprio ainda pudesse dar uma olhada no sintetizador antes de sair do prédio. Enquanto isso, Claude Nobs, que até hoje organiza o Festival de Jazz de Montreux, corria de um lado para o outro para tirar alguns espectadores de dentro do cassino.


O grupo foi transferido para o Grande Hotel de Montreux. No inverno, ele estava vazio, era frio e todos os móveis estavam guardados. Eles estacionaram do lado de fora a unidade móvel de gravação dos Rolling Stones, puxaram alguns fios, instalaram confortavelmente seus instrumentos nos corredores do hotel e começaram a ensaiar. O resultado é que até hoje todos os shows do Deep Purple contêm ao menos quatro das sete músicas do disco Machine Head.

A história inteira da gravação é contada em poucas palavras na música “Smoke on the Water”, a última a ser gravada no disco. Blackmore havia criado um riff que não fora usado, apelidado então de “durrh-durrh”. Não havia letra. Então veio a idéia de escrever sobre o que acontecera na gravação do disco. Gillan afirma que eles estavam num bar quando Roger Glover escreveu num guardanapo o título da música (que significava “fumaça sobre a água”, uma boa descrição da fotografia que um jornal publicou no dia seguinte ao incêndio). Glover diz que a expressão lhe surgiu em um sonho e que Gillan lhe respondeu: “não vai rolar; parece nome de música sobre drogas, mas nós somos uma banda que bebe”. Nenhum deles apostava que passaria mais de 30 anos tocando “durrh-durrh” toda noite, tamanho o sucesso que a música alcançou. Apesar de ter sido gravada em dezembro, ela só entrou no setlist em 9 de março, num show na BBC. Essa primeira apresentação consta de In Concert 1970-1972.


O ano de 1972 é movimentadíssimo, e nele o Deep Purple chegou pela primeira vez ao Japão, onde foi gravado seu mais famoso disco ao vivo, Made in Japan. Na Itália, o grupo também preparava a gravação de Who Do We Think We Are. O ritmo de trabalho da banda, porém, custou caro a eles. Por diversas vezes, membros do grupo ficaram doentes. Randy California chegou a substituir Blackmore em um show, e Roger Glover substituiu Gillan em outro. Os relacionamentos entre os membros - e especialmente entre Gillan e Blackmore - não iam bem também. Em dezembro, Gillan entregou seu pedido de demissão, avisando que deixaria o grupo no final de junho de 1973, dando aos empresários e aos colegas seis meses para decidir o que fazer do grupo.


Em 29 de junho de 1973, na segunda viagem do grupo ao Japão e após um show impecável, em que Jon Lord incluiu o “Parabéns a você” para Paice em seu solo de teclado (era o aniversário do baterista), Ian Gillan volta ao palco e avisa que seria o último show do Deep Purple. Durante o show, não havia nenhum outro sinal de desgaste. Em retrospecto, o silêncio de Gillan na hora de cantar o verso “no matter what we get out of this” (“não importa o que possamos tirar disso”) em “Smoke on the Water” podia indicar que tudo o que ele poderia tirar daquilo já havia acabado. Glover também deixou o grupo, passando a se dedicar à produção, no departamento artístico da Purple Records - a gravadora do grupo.


O primeiro novo integrante recrutado para o Deep Purple, logo após o fim da Fase II, foi o baixista Glenn Hughes, que cantava e tocava baixo no Trapeze. A dupla habilidade empolgou Blackmore e Lord, mas ele não seria deixado sozinho nos vocais. O plano do Deep Purple era buscar a voz de Paul Rodgers, do Free. Após um primeiro contato, ele pediu um tempo para pensar e decidiu continuar com sua banda. Enquanto seguia a busca pelo novo vocalista, Blackmore e Hughes iam se conhecendo e tocando juntos. O que se tornaria o blues “Mistreated”, sem a letra, foi composto nessa época.


A hipótese de tocar o grupo com apenas quatro membros foi cogitada, mas a idéia de ter dois vocalistas falou mais alto. Com essa idéia nas ruas, os empresários do Deep Purple não paravam de receber fitas de novos artistas. Uma delas fora enviada por um rapaz de 21 anos, gordinho e cheio de espinhas, que cantava desde os 15 anos e ganhava a vida vendendo roupas da moda numa boutique: David Coverdale. Sua banda e o Deep Purple já haviam cruzado caminhos em novembro de 1969, num show na universidade de Bradford, quando Gillan e Glover haviam acabado de entrar para o Deep Purple. O teste de Coverdale ocorreu em agosto de 1973. Durante seis horas, eles tocaram material do Deep Purple e rocks mais conhecidos, como “Long Tall Sally” e “Yesterday”. Quando Coverdale foi pra casa, o restante do Deep Purple saiu para beber e decidiu: era o gordinho mesmo (nos meses seguintes, os empresários da banda lhe dariam alguns remédios para afinar a aparência).


Em 9 de setembro, o novo grupo se trancou por duas semanas no Castelo de Clearwell para compor. Empolgadíssimo, Coverdale - cuja experiência de palco era apenas com a gravação de demos - escreveu quatro letras diferentes para a música que seria “Burn”. Uma delas se chamava “The Road”. No dia 23, um dia depois de Coverdale completar 22 anos, a Fase III foi apresentada à imprensa inglesa. Em novembro, foi gravado o disco Burn, novamente em Montreux, com a mesma unidade móvel dos Rolling Stones com que foi gravado Machine Head. A nova equipe estrearia no palco em 8 de dezembro, na Dinamarca. Era a estréia da Fase 3 do Deep Purple. O disco só sairia em 1974.


O som da nova formação era marcado pela maior velocidade de Blackmore na guitarra e pela tensão entre os dois cantores. No estúdio, os duetos eram perfeitos. No palco, Hughes punha a trabalhar toda a potência de seus pulmões sempre que podia, muitas vezes chegando a intimidar Coverdale. O baixista e cantor também acrescentou à receita do Deep Purple uma boa pitada de tempero funky - que Blackmore aceitou inicialmente a contragosto.


Em 6 de abril de 1974, o grupo se apresentou na Califórnia para uma platéia de 200 mil pessoas - era o festival California Jam, que duraria 12 horas e seria liderado pelo Deep Purple. O show, e particularmente o mau humor de Blackmore com o fato de ter de começar a tocar antes do anoitecer com câmeras em cima do palco, ficou famoso por ser explosivo: o guitarrista destruiu uma câmera em funcionamento com sua guitarra e, não contente, explodiu um amplificador. A silhueta do guitarrista em frente às chamas do amplificador é uma das cenas mais poderosas de toda a iconografia do rock. Trinta anos depois, Josh White, diretor de filmagens do evento, lembrou de como ele pode tê-lo induzido a isso:

“Eu falei com ele na noite anterior. O Deep Purple fez um ensaio técnico, e eu perguntei se ele ia quebrar a guitarra dele. E Richie disse: ‘sim, talvez. Sei lá, que merda’. Ele estava meio puto com várias coisas que não tinham nada a ver comigo. E eu disse: ‘Veja, se você for quebrar a guitarra, privilegie a câmera. Vou fazer uma bela filmagem e vai ficar genial’. E ele privilegiou bem a câmera, gerando US$ 8 mil de prejuízo.”


A terceira formação do Deep Purple acabaria um ano depois de California Jam, em 7 de abril de 1975, uma semana antes de Blackmore completar 30 anos de idade. Era a turnê de lançamento do disco Stormbringer na Europa. Com ainda mais balanço funk, o disco desagradou bastante a Blackmore. Ele já tinha algumas idéias na cabeça, e ao sair já tinha uma nova banda formada: o Rainbow. Restava ao grupo o dilema entre continuar sem Blackmore - o criador de todos os riffs que tornaram o Deep Purple famoso - ou partir para outra, aproveitando que o grupo era um dos mais lucrativos de toda a história do rock.


Decidiram continuar, convidando o guitarrista Tommy Bolin, o primeiro norte-americano a fazer parte do grupo. Com esssa formação (Fase IV), gravam Come Taste the Band, ainda mais suingado. A turnê é complicada, um tanto devido aos problemas de Bolin e Hughes com drogas. Em vários shows, como o registrado em Last Concert in Japan, Bolin não conseguia tocar porque seu braço estava anestesiado de drogas. Garotos talentosos, de vinte e poucos anos, ao entrar em uma máquina de fazer dinheiro na indústria do entretenimento, correm o sério risco de perderem o senso de proporção. Foi o que ocorreu na época.


Bolin tinha dois agravantes: insegurança e baixa auto-estima. Tudo isso apesar de ter gravado belíssimos discos solo, ser considerado um gênio da guitarra e ter tocado com magos do jazz como o baterista Billy Cobham. Bolin não suportava ser comparado pelos fãs aos carismáticos antecessores que teve em grandes grupos de rock. O Deep Purple era a segunda vez em que ele substituía um grande guitarrista - anteriormente, havia tocado na James Gang. No Deep Purple, ele chegou a discutir com a platéia por algumas vezes, durante apresentações.


Ao final do show de 15 de março de 1976, em Liverpool, David Coverdale desabafa com Lord: não havia mais clima para continuar com o Deep Purple. Lord desabafa de volta: não havia mais um Deep Purple para continuar. Acabou assim, em clima de confidência, a banda criada oito anos antes e que chegou a figurar no Guinness dos recordes como a mais barulhenta do mundo. Oito meses depois, Bolin morreria de overdose no Resort Hotel de Miami, após uma apresentação. E durante oito anos o Deep Purple permaneceria fora do ar.


Nesse período, os membros da banda fariam suas próprias carreiras e plantariam as bases para os futuros desenvolvimentos do Deep Purple. Por ordem de saída:


Ian Gillan - Depois de um breve período de reclusão em que vendeu motos e tentou ter um hotel, foi resgatado para os palcos por Roger Glover e sentiu-se animado o suficiente para criar sua própria banda, a Ian Gillan Band. Numa espécie de jazz-rock, seguiu até o início dos anos 80. Em 1982, dissolveu a banda, para no ano seguinte gravar um disco com o Black Sabbath: Born Again.


Roger Glover - Inicialmente, permaneceu próximo à Purple Records e foi quem mais teve contato com todos os galhos da gigantesca árvore genealógica do Deep Purple. Dois anos depois, conseguiu juntar no mesmo palco os melhores músicos da Inglaterra (muitos deles membros ou ex-membros do Deep Purple, ou seus colegas em outras bandas), no musical Butterfly Ball. Foi a primeira aparição pública de Ian Gillan após o fim do Deep Purple, substituindo Ronnie James Dio (que cantava no Rainbow de Blackmore e passaria depois pelo Black Sabbath). Produziu outras bandas, gravou dois discos solo e voltou a tocar baixo no Rainbow de Blackmore.


Ritchie Blackmore - Com o Rainbow, teve uma das bandas de hard rock de maior sucesso do final dos anos 70 e início dos anos 80, apontando o holofote para músicos como Joe Lynn Turner e Don Airey, que anos mais tarde participariam do Deep Purple. Roger Glover chegou a tocar com ele.

David Coverdale - Após dois discos solo, formou o Whitesnake e invadiu as paradas de FM dos anos 80. Na banda, tocou com Jon Lord e Ian Paice. De quando em quando, reúne o Whitesnake para turnês.


Jon Lord - Teve uma carreira solo interessante, misturando suas várias influências musicais (clássico, rock e jazz). Compôs trilhas sonoras de filmes com Tony Ashton e os dois se juntaram a Paice para o projeto Paice, Ashton e Lord. Mais tarde, uniu-se a Coverdale no Whitesnake.


Ian Paice - Tocou com diversos músicos, inclusive com Gary Moore, além de Paice, Ashton e Lord e Whitesnake.


Glenn Hughes - Reuniu o Trapeze, gravou vários discos solo, tocou com Gary Moore e Pat Thrall, lutou consigo mesmo para se livrar das drogas, cantou no Black Sabbath e mais recentemente gravou dois discos com o também ex-Deep Purple Joe Lynn Turner: o Hughes-Turner Project (HTP).


Em 1984 é anunciada a volta do Deep Purple com a sua formação de maior sucesso (Fase II), com Gillan, Blackmore, Paice, Glover e Lord. É lançado o essencial Perfect Strangers, que foi seguido por Nobody Perfect (ao vivo) e pelo fraco The House of Blue Light. Gillan decide sair novamente da banda e em seu lugar entra Joe Lynn Turner, ex-vocalista de uma fase do Rainbow. Com novo vocal é lançado o discutível Slaves & Masters. O ano de 1993 traz como surpresa a volta de Gillan e o lançamento de The Battle Rages on… Ritchie Blackmore entra em conflito constantemente com o restante da banda e larga o Deep Purple durante a turnê para remontar o Rainbow. No seu lugar entra o guitar-hero Joe Satriani, apenas para quebrar o galho. Os discos em que Satriani toca com o Purple são itens raros e todo colecionador procura, pois nunca esta formação gravou algo oficial. Para o lugar de Blackmore entra Steve Morse, grande fã da banda e que já havia tocado no Dixie Dregs e no Kansas.


A banda se revitaliza e volta com o bom Purpendicular, trazendo novos elementos, porém valorizando os desafios entre guitarras e orgão que fez a base musical do estilo do Deep Purple. Segue o razoável Abandon em 1998. Jon Lord decide abandonar a estrada, devido à idade, e em seu lugar entra Don Airey, um tecladista que passou por diversas bandas de hard rock, entre elas, o Rainbow de Blackmore. Com Airey, Gillan, Morse, Glover e Paice são lançados Bananas, em 2003, e Rapture of the Deep, em 2005.

Fotos: Reprodução

terça-feira, 22 de novembro de 2011

FRASE DE TERÇA

Respeite a mulher do próximo. Principalmente se o próximo estiver muito próximo.” (Autor Desconhecido)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Witchfinder General



Em sua época, o Witchfinder General foi considerado uma das menos importantes bandas a emergir do movimento nwobhm, mas eles se tornaram uma popular primeira influência entre as bandas da cena de doom metal. Formado em 1979 por Zeeb Parkes (vocais), Phil Cope (guitarra), Woolfy Trope (baixo) e Graham Ditchfield (bateria), a banda era fortemente influenciada pelo Black Sabbath e lançou somente dois álbuns, “Death Penalty” em 1982, e “Friends of Hell” em 1983, antes de se separar. Ironicamente, estes se tornaram mais notórios por suas capas cômicas (contando com a banda em trajes medievais torturando mulheres seminuas) do que pela pegada crua e pós-Sabbath da banda.

 
A banda (menos o vocalista Zeeb Parkes, que era um personagem inventado, e quem fazias os vocais não quer voltar) se reuniram em Novembro de 2006, com o novo vocalista Gary Martin. Planejam gravar um novo álbum, chamado Resurrected, para ser lançado em 2007. A banda declarou que não irão fazer mais shows.


Fotos: Reprodução

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Drowning Pool



Drowning Pool é uma banda americana de metal alternativo formada em Dallas, Texas no ano de 1996. Eles têm contrato com a Eleven Seven Music e lançaram quatro álbuns de estúdio e um ao vivo. Após o vocalista original Dave Williams morreu de doença cardíaca. Jason Jones assumiu o seu segundo álbum, Desensitized,(2004) embora ele deixou a banda por motivos pessoais e foi substituído pelo ex-vocalista do SOiL Ryan McCombs para Full Circle (2007), Loudest Common Denominator (2009) e Drowning Pool (2010)

Drowning Pool ganhou fama ao tocar junto com Ozzy Osbourne durante uma turnê no Ozzfest. Seu álbum de estréia de 2001, Sinner, foi disco de platina no prazo de seis meses e um vídeo para seu primeiro single “Bodies” foi muitas vezes exibido em vários canais de vídeo de música. Depois dos ataques de 11 de setembro, “Bodies” foi, muitas vezes ouvida em muitas estações de rádio como havia preocupações quanto à sua adequação à luz do 9 / 11 vítimas que tinha saltado das torres. Em 14 de agosto de 2002, o vocalista Dave Williams foi encontrado morto dentro de seu ônibus
em turnê. O médico concluiu-se que ele sofria de doença cardíaca. 


“Depois da morte de Dave Williams, a banda decidiu continuar e começar a procurar um novo vocalista. Em
2003, a banda encontrou um vocalista para substituir Dave Williams (Jason “Gong” Jones), e lançou o álbum Desensitized em 2004. Apesar do sucesso do único single “Step Up”, o álbum não foi tão bem sucedido como Sinner.

A saída de Jason Jones foi anunciado publicamente em 14 de junho de 2005, por motivos pessoais, Jason Jones, mais tarde, juntou-se à banda de metal alternativo AM Conspiracy. Imediatamente, os boatos começaram a rodar sobre a identidade de um novo vocalista, que vão desde Pat Lachman do Damageplan de Phil Anselmo do Pantera, mas a maior agitação dos boatos foi o ex-vocalista do SOiL Ryan McCombs. Em 20 de julho, SMNnews recebeu a notícia que Ryan McCombs era o novo vocalista. 
 

Na primavera de 2006, Drowning Pool anunciou que havia rompido o contrato com a Wind-up Records. Em outubro de 2006, uma nova faixa chamada “No More” foi anunciado para ser lançado na trilha sonora de Jogos Mortais III, a sua primeira faixa (além da segunda versão de “Rise Up”), com Ryan McCombs no vocal.


Em 26 de fevereiro de 2007, foi anunciado que a banda assinou um novo contrato com Eleven Seven Music.


A última faixa do álbum Full Circle foi lançado em 7 de agosto de 2007. Duas músicas do álbum foram produzidas por Funny Farm Records, de propriedade do baixista Nikki Sixx (Mötley Crüe) e a outra foi feita pelo ex-guitarrista do Beautiful Creatures DJ Ashba. As restantes faixas foram gravadas com o produtor Ben Schigel em Dallas.

Álbuns de estúdio
Sinner (2001)
Desensitized (2004)
Full Circle (2007)
Loudest Common Denominator (2009)
Drowning Pool (2010)

Fotos: Reprodução

terça-feira, 15 de novembro de 2011

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Velvet Revolver



É uma banda norte-americana de hard rock, formada em 2002, quando os ex-membros de Guns N’ Roses (Slash, Duff e Matt Sorum) decidiram começar de novo com uma nova banda. Izzy Stradlin (ex-camarada de Slash nas guitarras dos Guns) recusou o convite para ingressar na nova banda e foi chamado para a guitarra base Dave Kushner.
O mais difícil foi encontrar um vocalista. Mas ele acabou por surgir o Scott Weilland, frontman de Stone Temple Pilots, banda que teve seu auge nos anos 90.

Contraband

O primeiro álbum desta super banda, surgiu em 2004 e vendeu 1 milhão de cópias.
Esse álbum não coincidiu com o estatuto de super banda que lhes havia sido atribuido, mas não deixa de ser um bom album que soa pesado e sujo com destaque para “Sucker Train Blues”, “Fall To Pieces”, “Slither” e “Set me free”.


Libertad
Segundo álbum do Velvet Revolver que, ao contrário do primeiro, não tem faixas fazendo lembrar Guns n’ Roses e outras a lembrar Stone Temple Pilots. Este álbum soa muito mais rock n roll não trazendo nada de novo, mas revelou um estilo único e brilhante.
Este álbum inicialmente ia ser produzido por Rick Rubin mas após algumas divergencias ele saiu amigavelmente e Brendan o’Brian assumiu a produção.
Velvet Revolver com este álbum revela que não é chamado de super banda por acaso, destacando-se as faixas “Let It Roll” que provavelmente foi inspirada na “Roadhouse Blues” dos The Doors, visto que o VR já tinham feito cover dessa música. Destaca-se tambem “The Last Fight”, “Gravedancer”, “She Build Quick Machines”(que é o primeiro single do álbum) e também “Pills, Demons & Etc”.

 
No dia 1 de abril de 2008 a banda lançou um comunicado oficial anunciando a saída do vocalista Scott Weiland, apesar de que num show em Glasglow Sccot tinha dito: "Parabéns vocês estão vendo o último show do Velvet Revolver comigo nos vocais!". O fato ocorre às vésperas da turnê de reunião do Stone Temple Pilots, e poucos dias após agressões entre o vocalista e outros integrantes da banda em seus blogs. Na verdade, desde que foi escolhido para assumir os vocais da banda, Scott sofreu com as comparações feitas entre ele e Axl Rose, tanto no que se refere à sua voz quanto no que se refere à sua performance de palco, sendo que inúmeras vezes esta situação gerava incômodos. Os fãs de Slash, Duff e Matt nunca aceitaram bem a escolha de Weiland e faziam questão de manifestar isso, embora sempre mantivessem um clima respeitoso nos shows, que nunca contaram com maiores incidentes. Essa situação, somada a uma possível reunião da antiga banda de Weiland e ao relacionamento ruim que o mesmo mantinha com os outros integrantes da banda resultaram na inevitável ruptura, sendo que hoje, enquanto o Velvet procura um novo vocalista, Weiland cuida da reunião de sua antiga banda. Após sua saída, em uma entrevista concedida a um programa norte-americano, Scott disse que o ex-vocalista da banda Skid Row, Sebastian Bach, se associa bem ao estilo do Velvet Revolver.

Quando estava em Las Vegas em fevereiro de 2010, Slash disse que não tinha "problemas" com Weiland e que ele estava animado para ouvir o novo álbum de Stone Temple Pilots, e também declarou que, ele e Weiland ainda são amigos. Weiland também declarou mais tarde: "foi grande experiência até perto do fim e que não tem qualquer ressentimento para qualquer um dos membros da banda". O Velvet Revolver logo começou a escrever novas canções e novas audições de cantores foram com Slash afirmando que: “As composições são muito mais pesadas do que as que o Velvet lançou anteriormente, por isto estou muito ansioso para lançar um disco que seria a quintessência da banda".
Rumores surgiram rapidamente que Myles Kennedy seria o novo vocalista do Velvet Revolver devido a suas colaborações com Slash. No entanto, Slash confirmou que nenhum esforço foi feito para que Kennedy se juntar à banda. Slash, McKagan e Sorum contribuíram para a música "Kiss It" para o álbum de Macy Gray, "The Sellout", que foi lançado em 22 de junho de 2010.

Fotos: Reprodução

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

The Rolling Stones



The Rolling Stones é uma das mais notórias bandas de rock de todos os tempos, formada em 25 de Maio de 1962, e que está entre as bandas mais antigas ainda em atividade. Ao lado dos Beatles, The Who e Small Faces, foi a banda mais importante da chamada Invasão Britânica ocorrida nos anos 60, que adicionou diversos artistas ingleses nas paradas norte-americanas.

Formado por Mick Jagger, Keith Richards, Brian Jones, Bill Wyman e Charlie Watts, o grupo calcava sua sonoridade no blues, e surgia como uma opção mais malvada aos bem-comportados Beatles. Em mais de 40 anos de carreira, hits como Satisfaction, Start Me Up, Sympathy for the Devil, Jumping Jack Flash, Miss You e Angie fizeram dos Stones uma das mais conhecidas bandas do rock mundial, levando-a a enfrentar todos os grandes clichês do gênero, desde recepções efusivas da crítica até problemas com drogas e conflito de egos, principalmente entre Jagger e Richards.

Tudo começou em 1960, quando os dois amigos de infância, Mick e Keith, se reencontraram em um trem na estação de Dartford, Inglaterra, e descobriram um interesse em comum por blues e rock and roll. Foram convidados pelo guitarrista Brian Jones em 1962 a montar a definitiva banda de R&B branca, que se chamaria The Rolling Stones, inspirado no nome de uma canção de Muddy Waters, Rolling Stone, cujo nome foi utilizado oficialmente, pela primeira vez, em sua apresentação no Marquee Club de Londres em 12 de julho de 1962.

O pianista Ian Stewart, amigo de Brian, seria o co-fundador da banda, mas porque sua imagem pessoal não tinha o devido sex-appeal, ele seria rebaixado a gerente de palco, com direito a gravar com a banda mas não de posar como membro. Bill Wyman, que embora já vivesse da noite há muito mais tempo que os demais, seria acrescentado à banda por um motivo fútil: possuía mais de um amplificador. Em janeiro de 1963, Charlie Watts assumiria definitivamente a bateria. A boa repercussão nas apresentações ao vivo somadas à habilidade promocional de seu empresário, levou a banda a um contrato com a Decca Records (então a piada do ano por ter recusado um contrato com os Beatles). Seu empresário promove a banda com uma imagem de rebeldes e cria a pergunta: Você deixaria sua filha se casar com um Rolling Stone?.


Os primeiros singles, um cover de uma canção de Chuck Berry e Muddy Waters de cada lado, Come On/I Want To Be Loved, e uma gravação para uma composição da dupla John Lennon e Paul McCartney, I Wanna Be Your Man, foram bem aceitos. O primeiro álbum, chamado simplesmente The Rolling Stones, saiu em abril de 1964, contendo apenas uma composição de Jagger e Richards. Apenas com Tell Me (You’re Coming Back), lançado em junho de 1964, é que uma composição da dupla seria lançada como lado A de um compacto. A partir daí, pouco a pouco o material próprio começou a ser valorizado, tendo em Out Of Our Heads, de 1965, o primeiro de uma série de discos basicamente de composições da dupla Jagger-Richards. É nesse ano que a banda lança seu maior hit em todos os tempos, Satisfaction.


Com o álbum Aftermath, de 1966, a banda começaria uma fase de músicas mais longas e de arranjos mais elaborados. O flerte com o rock psicodélico e experimental teria seu ápice em Their Satanic Majesties Request, de 1967. Com Beggar’s Banquet (1968) haveria a volta ao estilo mais próximo ao R&B que os fizeram famosos. São desta época dois dos maiores hits da banda, Jumpin’ Jack Flash, que só saiu como compacto e a controversa Sympathy For The Devil - que Mick disse ter se inspirado em uma visita à um centro de candomblé na Bahia - música responsável pela maior parte das acusações de satanismo que a banda iria sofrer desde então.

Em 1969 Brian Jones oficialmente abandona os Stones, sendo substituído por Mick Taylor (que havia tocado com o John Mayall’s Bluesbreakers). Poucos meses depois de sua saída, Brian Jones seria encontrado morto afogado na piscina de sua casa em Sussex, em circunstâncias até hoje pouco esclarecidas. Existem duas versões: que ele se afogou sob influência de drogas e álcool, ou que ele foi afogado propositalmente por um dos empreteiros contratados para fazer obras na propriedade. Embora houvesse sido planejado muito tempo antes, dias depois a banda realizou um concerto memorável no Hyde Park, em Londres, diante de um público de 300 mil pessoas, que acabou tendo um significado especial além da apresentação do pouco conhecido novo guitarrista, Mick Taylor. O show aconteceu num palco decorado com uma enorme foto colorida e estourada de Jones. Jagger, vestido de branco, interrompeu a apresentação para ler uma passagem do poema Adonais de Percy Bysshe Shelley, em memória do amigo problemático. Enquanto mais de 3.000 borboletas brancas eram soltas do palco para a platéia emocionada. Os Stones pareciam ter chegado ao fim de uma era. Sem imaginar que a próxima tragédia estava bem próxima.


Em 6 de dezembro de 1969, o grupo chegou a Altamont, na Califórnia, para uma grande apresentação ao ar livre - com uma platéia pelo menos duas vezes maior do que a do Hyde Park. Bem antes dos Stones subirem no palco já havia problemas. A segurança do espetáculo estava sob a responsabilidade de um bando de Hell`s Angels de São Francisco, uma gangue de motoqueiros grossos e arrogantes que não sentiam nada a não ser desprezo pela multidão de mais de 500 mil hippies. Qualquer um que tentasse subir no palco era agredido e escorraçado de volta para a platéia por Angels que portavam tacos de sinuca. Durante a apresentação da banda Jefferson Airplane, que antecedeu a atração principal, fãs estavam sendo carregados para as cabanas da Cruz Vermelha em maior quantidade do que os médicos de plantão podiam dar conta. Quando os Rolling Stones finalmente foram se apresentar, a multidão ficou histérica, e os Hell`s Angels reagiram ficando ainda mais selvagens. Durante a execução de Under My Thumb (e não Simpathy for The Devil como muita gente acredita), um jovem negro, Meredith Hunter, foi assassinado com uma punhalada nas costas. Os Stones tinham noção de que alguma coisa havia acontecido, embora do palco fosse difícil dizer exatamente o quê. No dia seguinte é que os Rolling Stones descobriram que quatro pessoas (incluindo Meredith Hunter) haviam morrido naquele dia. Há versões de que Meredith foi agredido pelos Hell`s Angels por estar acompanhado de uma linda loira, mas ele estava armado com um revolver e o assassino, Alan Passaro, foi julgado alguns anos depois e inocentado por legítima defesa. O que aconteceu naquele dia fatídico está registrado no filme Gimme Shelter, de 1970. Ainda em 1969 os Stones lançaram Let It Bleed (título geralmente visto como sátira a Let It Be, dos Beatles, disco que de fato só seria lançado seis meses depois). Em 1970 sai Get Your Ya-Ya’s Out, o primeiro disco ao vivo, com estéreo autêntico e alta fidelidade, gravado de sua apresentação no Madison Square Garden, em Nova York.


Em 1971 a banda passa para a Atlantic Records, que lhes permite estrear o selo próprio, Rolling Stones Records. Nesse ano a banda lança um dos seus álbuns mais curiosos, Sticky Fingers, cuja capa foi idealizada por Andy Warhol com uma foto de uma pélvis atribuida a Jagger e cujo LP original possuía um zíper que podia ser aberto e mostrava uma figura de uma cueca (a despeito da banana do álbum Velvet Underground and Nico). Esse álbum também foi o primeiro a mostrar o famoso logotipo da boca que apesar de ter sido sempre atribuído a Andy Warhol na verdade foi produzido por John Pasche.

Keith Richards encontra-se no interior da França, no castelo gótico Villa Nellecote, especialmente para tentar se livrar das drogas, pela primeira vez. Percebendo estar em um momento excepcionalmente criativo, chama Mick Jagger para começarem a compor. Os dois se unem por várias semanas e produzem dezenas de novas composições que poderiam facilmente integrar um álbum triplo. Para lá é enviado, então, o estúdio móvel de gravação da Rolling Stones Records, tido como o mais moderno do mundo à época. Após a mixagem lançam, em 1972, o álbum duplo Exile on Main Street, considerado por muitos, e pelo próprio Jagger, como o melhor álbum da banda pela sua consistência, plasticidade e versatilidade dos músicos, o qual produz, entre outras, a música Tumblind Dice, obrigatória em qualquer show dos Stones até os dias de hoje.


Com a excelente repercusão do disco anterior e embalados pela sua turnê de 1972/1973, os Stones entram mais uma vez no estúdio e lançam em 1973 o álbum Goats Head Soup, amplamente conhecido pelo hit Angie e pela polêmica Star Star. Interessante que a balada Waiting on a Friend foi composta e gravada durante as sessões deste álbum e lançada apenas oito anos depois no álbum Tattoo You (1981), a qual, devidamente remixada tornou-se um hit da banda, assim como a música Tops.


Em 1974 os Rolling Stones gravam o clássico It’s Only Rock’n’Roll no estúdio do guitarrista Ronnie Wood (que tocava com a banda inglesa The Faces, liderada por Rod Stewart). Com a saída repentina de Mick Taylor para seguir carreira solo, Wood assume a segunda guitarra, embora só será oficialmente um membro efetivo dos Stones a partir da turne de 1975, cuja primeira apresentação com a banda ocorre em 1º de junho do mesmo ano em Baton Rouge, Lousiana, Estados Unidos, através dos acordes de Honky Tonk Women.


Embora a turnê de 1975 tenha sido batizada de Tour Of The Americas pois previa, além dos Estados Unidos e Canadá, shows no Brasil - Rio de Janeiro (14 e 17/08) e São Paulo (19 e 21/08) -, México (7 e 10/08) e Venezuela (28 e 31/08), estes não ocorreram por restrições políticas dos governantes desses países, preocupados com a imagem de desordeiros e drogados que a banda poderia passar além de desagradar os respectivos regimes de governo.


Lançam, então, Black & Blue (1976), um disco mais intimista com forte participações de convidados como Billy Preston, que já havia gravado Let It Be, dos Beatles e vinha participando de todos os álbuns dos Stones desde Sticky Fingers de 1971, e Ron Wood confirmado no comando da segunda guitarra, que obtém razoável sucesso. O álbum seguinte é Love You Live (1977), um duplo ao vivo gravado na turnê européia de 1976, bastante heterogêneo e com a formação básica da banda no palco. Em (1978) lançam Some Girls que é bem mais pesado do que os últimos trabalhos. Este disco é fortemente influenciado pelo movimento punk surgido na Inglaterra no ano anterior, com temas rápidos e agressivos como Respectable e When The Whip Comes Down, embora o disco seja mais lembrado pelo seu hit à la discoteque Miss You. Mostrando a vitalidade característica até os dias de hoje, ainda no mesmo ano saem, novamente, em turnê pelos Estados Unidos e já dão mostras da tendência que por eles será magistralmente explorada nos próximos anos: enormes palcos e infra-estrutura dos shows, jamais vistas até então. Em 1980 lançam um disco mais linear, Emotional Rescue, com vários temas bons mas nenhum grande destaque.


Em 1981 a banda larga Atlantic Records e assina com a EMI. O álbum de estreia é Tatoo You, tido por muitos como o melhor álbum da banda de todos os tempos e talvez o seu único grande triunfo para esta gravadora, visto ser o de maior sucesso comercial da banda até hoje.

Com a excursão americana no mesmo ano, os Rolling Stones definitivamente inauguram a moda de shows gigantescos de duração de três horas, palcos móveis e desmontáveis e toneladas de equipamentos de som e luz. Resumindo a turnê em solo americano lançam em (1982) o álbum ao vivo Still Life (American Concert 1981) e o filme Let’s Spend the Night Together, que, sob a direção do renomado Hal Ashby, mostra o vigor juvenil de Jagger e a reabilitação de Richards das drogas, além do novo formato de apresentações ao vivo.


Em meio a especulações da mídia de possível separação da banda, no final de 1983 os Stones lançam o álbum Undercover, e, alimentando ainda mais estes rumores, a banda não sai em turnê e tampouco os músicos se pronunciam à respeito, cada um elaborando trabalhos individuais e não sendo vistos juntos em nenhuma ocasião.


Ian Stewart, pianista, gerente de palco e um dos fundadores da banda, acompanhando em todos os álbuns e shows, morre em 1985 em virtude de um ataque cardíaco. Tido como o sexto Stone, é homenageado com uma faixa no álbum da banda de 1986, Dirty Work, cujo álbum também não é acompanhado de turnê.


O relacionamento entre os membros restantes da banda não era dos melhores, com desentendimentos freqüentes entre Jagger e Richards. Mick Jagger envereda em uma carreira solo gravando músicas dentro do estilo Rolling Stones e causa um desentendimento sério entre ele e seu sócio Keith Richards. Especulações sobre o fim da banda duram por seis anos, embora o clima ruim não impedisse que continuassem sendo lançados álbuns de repercussão cada vez maior. Jagger, Richards, Wood, Wyman e Watts lançaram vários álbuns solo durante a década de 80 e 90.


Os Stones adentraram a década de 90 com uma nova gravadora, a CBS, em meio a rumores de que Mick Jagger e Keith Richards não podiam nem mesmo dividir uma mesma sala sem se engalfinharem. Os constantes boatos sobre a dissolução da banda ajudaram a catapultar o interesse e a expectativa da turnê e as vendas do álbum Steel Wheels (1989), tornando-a a maior da banda em todos os tempos até então. Os problemas pessoais foram colocados de lado e a banda se apresentou como nos velhos tempos, auxiliada pela habitual parafernália de palco tendo participação durante a turne,do Guns N’ Roses que estava explodindo no cenário musical,como banda de abertura. Reflexo disso é o álbum Flashpoint de 1990 que traz os Stones de volta aos palcos depois de sete anos.


Foi também à partir dessa turnê que os Stones tornaram-se experts nos negócios, transformando-se em uma banda multimilionária, com administração autônoma e profissional, alcançando espaços na mídia até então nunca vistos, tendência que permitiu as sucessivas bem-sucedidas turnês seguintes e um exemplo de exposição e fixação da “marca” The Rolling Stones.


O outro membro original, Bill Wyman, que deixa o grupo em 1993, ainda mantém fortes ligações com a banda, à exemplo de seu pub em Londres, o Sticky Fingers, totalmente decorado com inúmeras fotos, instrumentos e discos de ouro, entre outras lembranças dos Stones. Para o seu lugar é escalado o baixista Darryl Jones, que é apenas músico contratado, não sendo considerado membro oficial.


Em 1994, após um longo período de inatividade, é lançado com grande estardalhaço o álbum Voodoo Lounge, seguido pela turnê de mesmo nome (que passou pelo Brasil). A turnê que se iniciou em 19 de julho de 1994 em Toronto, Canadá, e foi encerrada em 30 de agosto de 1995 em Rotterdam, Holanda, arrecadou em torno de US$ 400 milhoes. Aproveitando a repercussão, todas as gravações da banda são relançadas em CD. O álbum de 1995, Stripped, foi mais intimista, com versões acústicas de vários de seus maiores sucessos e uma regravação gloriosa para “Like a Rolling Stone”, clássico de Bob Dylan.


No ano seguinte lançam The Rock And Roll Circus, trilha sonora de um filme arquivado desde 1968. O CD inclui uma apresentação de diversos artistas, como Jethro Tull, The Who, Marianne Faithfull, então esposa de Jagger e The Dirty Mac que nada mais é que uma pré-versão da Plastic Ono Band. Essa formação incluiu, além de John Lennon e Yoko Ono, Eric Clapton, Keith Richards (no baixo) e Mitch Mitchell, baterista do The Jimi Hendrix Experience.


Ainda em 1997 sai Bridges of Babylon, com uma capa luxuosa e uma excursão mundial igualmente cara, completa, com dois palcos, um maior e outro menor instalado no meio do público. Inclui também uma ponte para a banda atravessar do palco principal para o menor, sendo que neste executam basicamente clássicos sem o acompanhamento de metais e backing vocals voltando às raízes da banda nos anos 60 e, assim, inauguram um novo estilo de apresentações que se seguiram nas turnês seguintes. Com dois shows no Brasil, um em São Paulo e o outro no Rio de Janeiro (com participação mais que especial de Bob Dylan, inclusive abrindo os shows para a banda), confirmaram o país com status de rota obrigatória. Retrato dessa turnê foi o lançamento do álbum ao vivo No Security, em 1998.


Para comemorar os 40 anos do grupo, em 2002 lançam o álbum duplo Forty Licks (1962-2002) que traz, além de 36 sucessos da banda, 4 novos hits (Don’t Stop, Keys To Your Love, Stealing My Heart e Losing My Touch), sendo o primeiro uma espécie de resumo da perseverança característica da banda, atingindo bastante sucesso. Em 16 de agosto do mesmo ano com um show em Toronto (Canadá) os Stones lançam uma de suas maiores turnês - a Licks Tour (detalhe para a música Heart of Stone, não tocada ao vivo desde 5 de dezembro de 1965). Esta longa turnê passou por todos os continentes do planeta, tendo sido encerrada em 9 de novembro de 2003, em Hong Kong. Mantendo o status de maior banda de rock & roll do mundo e a tradição de suas espetaculares apresentações, montam estruturas distintas e específicas para shows em arenas, estádios e teatros, além de private shows. Ao final do mesmo ano lançam o esplêndido DVD quádruplo Four Flicks, mostrando cada um dos formatos de suas apresentações e toda a vitalidade dos músicos sessentões.

Quando todos imaginavam o fim da banda, devido a um câncer na garganta do baterista Charlie Watts diagnosticado em junho de 2004 e curado em fevereiro de 2005, o vigor incansável do quarteto com ênfase às belas letras de Jagger e Richards (conhecidos como The Glimmer Twins desde os anos 70, pela ligação existente entre eles, além das lendárias histórias que protagonizaram) produz um de seus melhores albuns de estúdio de todos os tempos. Lançado em 2005 A Bigger Bang traz uma sonoridade crua e voltada às raízes da banda: rock and roll, blues e rhythm and blues, além das pegadas das guitarras da dupla Richards/Wood, bem como para a harmônica melodiosa de Jagger, as 16 fortes canções do álbum mostram a excelência e competência de Jagger/Richards/Watts/Wood. Para a divulgação do álbum, mais uma vez iniciando em Toronto (em 10 de agosto de 2005), a banda se lança na estrada com a turnê do mesmo nome.


Em 18 de fevereiro de 2006, os Rolling Stones voltaram ao Brasil para o show da turnê A Bigger Bang. O show, gratuito, foi realizado nas areias da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para um público estimado em 1,5 milhão de pessoas, entrando para a história como o maior show da banda e um dos maiores concertos de rock de todos os tempos.

 
Após dois anos do lançamento da turnê A Bigger Bang, que passou pela América do Norte, em duas oportunidades (2005 e 2006), América do Sul (2006) e Europa (2006), os músicos dos Stones arrecadaram, até novembro de 2006, em torno de US$ 437 milhões (recorde na história da música), os Stones anunciaram, em 22 de março de 2007, uma lista de novos shows pelo velho continente, que se iniciou em 5 de junho de 2007, com uma apresentação em Werchter, Bélgica e se encerrou em 26 de agosto de 2007 em Londres, apesar de rumores de que novos shows serão realizados em 2008. Com seu encerramento, os Stones realizaram a mais longa de suas turnês mundiais, com arrecadação de US$ 560 milhões (novo recorde), e, apresentando-se para quase 6 milhões de espectadores, mostraram a inesgotável energia que os move por mais de 45 anos de estrada. Ainda em 2006, a banda teve sua música "Can't You Hear Me Knockin'" presente no game Guitar Hero 2, em versão cover, o que desapontou muitos fãs pois a voz do cantor que faz esse cover no GH2 não é nada parecida com a de Mick Jagger. Em 12 de junho de 2007, foi lançado o DVD The Biggest Bang, que contém 4 discos com mais de sete horas de shows, incluindo a integra do realizado no Rio de Janeiro, no ano anterior, bem como em Austin, Texas, e materiais dos shows de Japão, Buenos Aires e Shangai, além de entrevistas exclusivas e reveladoras com os membros da banda. Nesse mesmo ano, os Stones voltariam a ter outra música de sucesso na série Guitar Hero, desta vez a música era "Paint it, Black", presente no Guitar Hero 3 Legends of rock. Em 4 abril de 2008, estreou nos cinemais mundiais o filme The Rolling Stones Shine a Light (distribuído no Brasil pela Imagem Filmes), concebido e dirigido pelo premiado diretor Martin Scorsese - um declarado fã da banda - que, em duas apresentações no Beacon Theatre de Nova York, em novembro de 2006, com dezesseis câmeras focadas diretamente nos músicos, registrou com profundidade a bela performance da banda em um repertório levemente diferenciado das apresentações normais. Conta, ainda, com a presença de Jack White, do grupo White Stripes, da cantora Christina Aguilera e do bluesman Buddy Guy. Ainda, de forma genial mescla imagens de arquivo desde o início da banda, nos anos 60, confrontando com declarações atuais, como a pretensão de Mick Jagger em manter-se ativo aos sessenta.

Fotos: Reprodução